Desenvolvimento Sustentável

Destaco, de início, uma citação de Françoise-Hélène Jourda: “responder aos critérios do desenvolvimento sustentável através de um projeto de arquitetura, no entanto, não se faz com uma simples atitude de imitação. Tudo está por ser descoberto... De fato, cada resposta é única e só corresponde a um único lugar, um único programa, uma única cultura”.
A premissa do desenvolvimento sustentável é assinalada aqui pela grande atração que o tema apresenta, para não dizer da demasiada exploração de mídia que o conceito tem provocado, muito mais que os resultados esperados. Mas, na verdade, o destaque surge também como necessidade de achar respostas a questionamentos que insisto em provocar.
Em uma das últimas edições de uma publicação especializada de arquitetura, a obra apresentada, com forma sui generis, sem dúvida, no seu texto explicativo revelava a dificuldade técnica, ou a complexidade para se conseguir a estética pretendida. Falava inclusive na necessidade de composição entre sistemas construtivos avançados e sistemas artesanais. Por que tudo isso? Qual o custo disso? Qual o sentido de tudo isso?
Acredito que são questões pertinentes, mas que podem ser respondidas numa reflexão de Vilanovas Artigas em seu “Caminhos da Arquitetura” de 1952: “Algumas formas da Arquitetura Moderna parecem absurdas e chocam dando a impressão de serem produtos do acaso, da fantasia, unicamente da fantasia do arquiteto que as imaginou. Entretanto não é assim. Cada escola, cada tendência, está montada sobre um certo número de premissas, e as formas dos edifícios que criam os arquitetos filiados a cada uma delas não são somente produto de sua fantasia, mas também uma consequência lógica dessas premissas. Se as formas são absurdas, são porque as premissas são irracionais."
Apoio-me no Mestre para questionar, será que estamos sofrendo do “mal da irracionalidade”? Se cada resposta é única, se corresponde a um único lugar, a um único programa, a uma única cultura, tem algo errado em boa parte da produção arquitetônica mundial, e também por aqui, em terras tupiniquins. Ou talvez seja essa também uma premissa errada. Será?