Não sejamos niilistas

Não sejamos niilistas.
Os traços percorrem o papel, as linhas se cruzam materializando o projeto, há esperança!
O telhado se projeta sobre as paredes, erguidas tijolo por tijolo, seguras pela massa de cimento... há esperança!
Sob o teto, no fluxo das horas, palavra por palavra, o conhecimento se difunde, há esperança!
Sob o sol, sob a chuva, folhas no vento, vidas que vão e vem, cruzando campos, cruzando cidades, litoral, interior, andando a esquerda, ou a direita, no centro, havendo encontro, há esperança!
No choro da dor e no sorriso do alívio, nas ruas que gritam, que suam, que correm, produzindo o amarelo, ou o verde, ou o azul, branco, vermelho, negro, nesse estranho arco íris, é a vida pulsando... há esperança!
Tolice! Gritam alguns: a vida é crua, gélida, fria... cínica!
Necessidade de um norte? Por que norte e não sul, por que ele e não ela, por que?
Da euforia ao nada. Mas não era sobre arquitetura? Pra que, nestes tempos? Loucura!
Batam panelas, levantem bandeiras, entrem na fonte, palavras de ordem, hipocrisias, ufanismos, otimismos, pessimismos... cadê você?
Cadê você, Brasil? Na lavoura, na construção, no escritório, no hospital, na escola...
Coragem! Outro dia, outro sol, outra lua. É isso! Outros sóis e outras luas, e assim haverá esperança! Estamos em catarse!
Não verás país como este... se ajudar a reconstruí-lo.
E antes que um certo alemão me acuse de uso indevido e errôneo:
“E aqueles que vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”.
Na areia branca ou na terra vermelha, acredito, há esperança!