Itália

Outubro me levou à Itália para a participação no Fórum Mundial de Desenvolvimento Local em Turim onde apresentei o Programa Oeste em Desenvolvimento e, num Seminário no Pavilhão do Brasil na Exposição Mundial de Milão, onde também apresentei o Programa enfatizando o potencial produtivo da região oeste do Paraná.

Foram momentos importantes para troca de experiências e aprendizado, com gente de toda a parte do mundo e “cases” diversos. Mas, também foi uma boa oportunidade para conferir a cordialidade dos italianos, tanto em Turim quanto em Milão, sempre prestativos, colaborando nas informações e orientações sobre os melhores caminhos, trens e metrôs.

Aliás, a disponibilidade de linhas, o atendimento aos horários, a limpeza das estações, surpreenderam positivamente nestas centenárias cidades. Isso, sem contar a beleza dos edifícios barrocos e renascentistas e os aspectos urbanísticos diferenciados, como por exemplo a apropriação das praças, parques e cidade, tanto pela população local como pelos turistas.

A relação dos edifícios no térreo é um dos elementos que chama a atenção. As fachadas ativas, a permeabilidade existente entre o espaço público e o privado, os passeios cobertos, proporcionam uma rua dinâmica, com possibilidade de encontros, determinando vitalidade ao espaço urbano.

Estas idas e vindas por locais diferentes, de culturas diferentes, aumentam nossa reflexão sobre o local em que vivemos. Encontramos novas tecnologias, novas possibilidades, mas também reforça a valorização da nossa casa, pois as lembranças das terras daqui, do nosso verde, da nossa gente, contribuem para reforçar nossa identidade. E, daí a refletir sobre as cidades que estamos construindo, os espaços que estamos edificando, e a forma como nos apropriamos destes ambientes, torna-se ainda mais instigantes.

A monumentalidade e os aspectos construtivos dos palácios, igrejas e outras obras, tanto aquelas góticas da era medieval, quanto do renascimento, naquilo que se refere ao uso de materiais, ou em composição, escalas e outros elementos, nos remete ao desafio de que a arquitetura pode, nos tempos de hoje, alcançar muito mais. A necessidade da compreensão das relações do espaço construído e sua inserção no meio urbano deve ser motivo de maior preocupação. Podemos e devemos contribuir com a melhor qualidade de nossos espaços públicos, fundamentalmente, mas também elaborar projetos de edifícios privados mais ajustados as necessidades técnicas, funcionais e espaciais, fugindo de padronizações ou tendências “fabricadas”, superficiais, supérfluas e elitistas. Nossas cidades merecem...e necessitam.

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